quinta-feira, abril 26, 2007

Tributo a Lisboa

No castelo ponho o cotovelo
Em Alfama descanso o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar


À Ribeira encosto a cabeça
A almofada da cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo.

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios sãos as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura


Cidade a ponto-luz, bordada
Toalha à beira-mar, estendida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade amor da minha vida


No Terreiro eu passo por ti
Mas na Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha sorri
És mulher da rua.


E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que sei inventar
A aguardente de vinho e medronho
Que me faz cantar.

Lisboa do amor, deitada
Cidade por minhas mãos, despida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade mulher da minha vida.

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